17 junho 2009

Por causa de Daniela Mercury, Ciro quase foi parar no Flamengo

Peneirão em Salgueiro, cidade onde nasceu, por pouco não mudou o destino do atacante

Ciro veste vermelho e preto e é ídolo na Ilha do Retiro. Mas bem que poderia ser o xodó da maior torcida do Brasil e treinar na Gávea, no Rio, com as mesmas cores. Por pouco isso não virou realidade. Não entendeu? Quem revelou a história foi o pai do jogador, o radialista Carlos Augusto da Silva.

Em 2003, em Salgueiro, no sertão de Pernambuco, cidade natal do atacante, a cantora baiana Daniela Mercury promoveu uma peneira para escolher quatro garotos que jogariam nas categorias de base de quatro grandes clubes brasileiros. Dos cerca de 250 participantes, um iria para o Cruzeiro, outro para o Flamengo, Atlético-PR e Vitória. Ciro foi o terceiro colocado na seleção. A joia do Leão, na época com 13 anos, confirma o fato.

- Daniela Mercury conhecia um empresário que estava procurando novos talentos para poder investir também no meio do futebol e ela acabou promovendo um peneirão. Eu acabei sendo aprovado e iria direto para o Flamengo, para a Gávea – disse.

A família do jogador não permitiu que ele se mudasse para a capital fluminense. Mas Ciro não demonstra qualquer arrependimento.

- Eu não pude ir para o Flamengo, para a base de lá, e poderia não ter dado certo. Vim para o Sport, e graças a Deus está dando certo. Aqui eu estou muito feliz. Deus acabou me abençoando por eu ter ficado aqui. Foi melhor para mim - afirmou.

Aos 19 anos, o atacante virou ídolo do Rubro-Negro rapidamente. Contratado para a categoria júnior, em pouco tempo mostrou faro de goleador. No Campeonato Pernambucano Sub-20 de 2008, impressionou com a marca de 34 gols em 29 partidas.

No Brasileirão do mesmo ano, contra o Ipatinga, a vida de Ciro começou a mudar. Lançado pelo técnico, resolveu um jogo complicado. Primeiro sofreu um pênalti que originou o gol da vitória. Depois fez o dele, em um belo chute cruzado. Deixou o campo chorando, com o nome gritado pelos torcedores.

Além do trabalho dentro do campo, Ciro destaca que a base familiar o deixa seguro.

- Acho importante porque eu tenho estrutura familiar. É bom estar sempre com meus pais por perto. Eles me ajudam bastante, consigo conversar com eles e sei que só querem meu bem – destacou.

O jeito tímido de falar, e o olhar para o chão durante entrevistas refletem até na maneira como Ciro se veste.

- Eu não uso brinco, nem tenho tatuagem. Acho bacana isso, acho legal, cada um tem seu estilo, e o meu é esse mesmo – comentou.

Católico, ele não esquece de fazer orações para agradecer por tudo que tem passado na carreira.

- Tem que estar sempre rezando por papai do céu. Sou católico, tenho muita fé e isso está me ajudando bastante – observou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário